maniFESTO

Eu me construo a partir de um caminho tortuosamente aberto pelos que vieram antes de mim, para somar àqueles que resistiram para quebrar barreiras, tornando-se protagonistas da História. Uma construção dinâmica e plural, que se constitui a partir de memórias vivas, de múltiplas experiências de lutas e conquistas, que atravessam as favelas fortalecendo o Brasil.

Sigo esse caminho abrindo um novo espaço para que cada uma dessas memórias sejam compartilhadas e que as múltiplas histórias, carregadas de intensa visceralidade, sejam reconhecidas e cuidadas.

Estou junto a mais de 17 milhões de pessoas, em mais de 13 mil favelas no Brasil, na esperança que se canta em muitas vozes, no poder de acordar os ancestrais com a sola dos pés, nas cores que pintam o céu através das brincadeiras das crianças, nas memórias que se atualizam pela fala dos mais velhos, no eco do grito de revolta dos que perdem seus filhos e na resistência dos punhos que se erguem na busca por justiça. E afirmo: não existem futuros possíveis que não passem pelas favelas, por suas manifestações culturais e pela potência dos que ali resistem, inovam e criam. Por isso, sou um ponto de encontro entre diferentes territórios e comunidades; um conector da multiplicidade que celebra e reverbera para diversos públicos, a força, a pulsação, o trabalho e a ginga que nos compõem.

Eu sou o Museu das Favelas e abro os caminhos para que cada pessoa que construiu o chão que hoje pisamos, entre nesse Palácio pela porta da frente e me conte suas histórias, pois apenas dessa forma, seguirei construindo a minha.