DE TERÇA A DOMINGO, DAS 10H ÀS 17H (PERMANÊNCIA ATÉ AS 18H)

EM CARTAZ ATÉ 25/08

FUNKEIROS CULTS

A exposição conta com obras produzidas pelo Coletivo Funkeiros Cults, que começou na periferia da Compensa, na Amazônia urbana, abordando questões como o impacto do acesso aos livros nas favelas e a influência do funk na autoestima dos jovens. Em um bairro historicamente marcado por conflitos e guerras de facções, a arte e a cultura emergem como formas de resistência e criação. A resiliência dos jovens e a cultura periférica se mantêm vivas, mesmo diante das adversidades.

O rio e os jovens da Compensa simbolizam a resiliência da periferia, onde, apesar das mudanças climáticas e dificuldades, a cultura e a criatividade prosperam. A arte nunca é neutra e sempre nasce de uma faísca de pensamento que se transforma em imaginação. O projeto Funkeiros Cults reflete a importância de valorizar os artistas das periferias, que, como Michelangelo, possuem o potencial de criar obras grandiosas.

A exposição Funkeiros Cults traz uma abordagem artística contemporânea baseada em quatro eixos:

Arte: A arte das periferias é real e significativa, oferecendo novos olhares e possibilidades para artistas que muitas vezes não têm chance de brilhar. O projeto enfatiza a produção artística nas favelas como legítima e valiosa.

Território: O projeto Funkeiros Cults surgiu na Compensa, um bairro de Manaus marcado por conflitos históricos, para trazer arte e cultura à comunidade. A seca histórica no Rio Negro destaca a importância do acesso ao lazer na natureza, especialmente em áreas periféricas afetadas pelas mudanças climáticas.

Identidade: O funk vai além de um estilo musical; é um movimento e um estilo de vida que fornece autoestima e orientação para os jovens de periferia, influenciando positivamente diversas regiões do Brasil.

Literatura: A linguagem é uma ferramenta crucial para a identidade periférica, com dialetos e gírias que definem comunidades. O projeto utiliza a linguagem da periferia para conectar-se com os jovens, reinterpretando filosofias antigas através de memes e comunicação moderna.

Curadoria: Dayrel Teixeira
Co-curadoria: Leandro Mendes

“Não há documento de cultura que não seja um documento de barbárie”, afirma o filósofo e crítico literário Walter Benjamin. A cultura e a arte sempre foram testemunhos da barbárie humana, transformando-se em instrumentos de identidade. Nas favelas e periferias brasileiras, isso não é diferente.

O Brasil possui uma diversidade territorial imensa, resultando em uma cultura rica e variada. Cada região, embora compartilhe características semelhantes, tem suas próprias influências e formas de expressar a “cultura periférica brasileira” – cortes de cabelo, músicas, gírias, vestimentas. Essas características geralmente carregam um forte estigma, especialmente em relação ao funk. Apesar de seu impacto significativo na indústria cultural, o funk e seus adeptos frequentemente enfrentam preconceitos. Esse processo deu origem ao movimento “Funkeiros Cults”, que busca dialogar sobre a conexão entre a periferia e a arte.

Quais caminhos um livro percorre até chegar às mãos de um favelado? Qual o impacto de sua chegada? Como o funk influencia a autoestima da juventude? O que acontece quando a periferia se apropria do poder de criação? Se sempre somos vistos como objetos de estudo, como reagimos com uma câmera na mão? Essas são algumas das questões abordadas pelo projeto Funkeiros Cults, iniciado na periferia da Compensa, na Amazônia urbana. Entre rios, asfaltos e barro, enquanto os jovens escutam funk e forró, uma certeza permanece: o rio e os jovens sempre se erguem, mantendo viva a cultura periférica.

O bairro de Compensa, território com história marcada por famílias alemãs na Segunda Guerra Mundial, ocupações e guerras de facções, é um bairro próximo ao Rio Negro, em Manaus, frequentemente associado a conflitos e mão de obra. É nesse contexto que surge o projeto Funkeiros Cults, buscando trazer arte e cultura para a comunidade.

“O rio sempre volta, o riso sempre volta”, ecoa na mente daqueles que veem as águas da Compensa emergirem após uma seca histórica no Amazonas. Ver as crianças se divertindo e orquestrando seus planos em um dos poucos espaços de lazer disponíveis na região Norte – o rio – é um lembrete da resiliência das periferias, mesmo diante das mudanças climáticas que ameaçam esse acesso.

Nenhuma arte chega a nós de maneira neutra; ela nos afeta profundamente, nascendo de uma faísca de pensamento que se transforma em imaginação. Imaginar um Michelangelo como um jovem de periferia é abrir um mundo de possibilidades. Será que esse jovem teria alcançado o mesmo sucesso com a obra “A Criação”? Quantos artistas nascem nas periferias e não têm a chance de brilhar?

“OS RIOS E AS CRIANÇAS DA COMPENSA SE ERGUEM QUER VOCÊ QUEIRA OU NÃO.”

Dayrel Teixeira
Funkeiros Cults

Terça a Domingo, das 10h às 17hs (permanência até as 18hs)
ENTRADA GRATUITA
Rua Guaianases, nº 1024 – Campos Elíseos. São Paulo, SP – CEP 01.204-001

AGENDE SUA VISITA MEDIADA
(para grupos de 10 a 40 pessoas): Agende a sua visita em grupo aqui

Ao agendar sua visita é necessário aguardar a confirmação do dia e horário solicitados. Ao receber a confirmação do agendamento, haverá o envio do link Sympla para a emissão do ingresso. Em caso de dúvidas, envie e-mail para agendamento@museudasfavelas.org.br

Sem comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *