Museu das Favelas recebe quase 7 mil pessoas em instalação na Expo Favela 2023, em São Paulo
Equipamento participou da maior feira do 4º setor do mundo, nos dias 17, 18 e 19 de março, no World Trade Center, em São Paulo
O Museu das Favelas, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo apresentou instalação que provocou o olhar em um ambiente imersivo com conteúdos audiovisuais produzidos por criadores de várias favelas do Brasil e painéis com textos, vídeos, imagens e poesias sobre o processo de criação do recém-inaugurado Museu.
O evento contou com a palestra “A favela merece um museu: os caminhos iniciais do Museu das Favelas em São Paulo”, com a participação de Daniela Alfonsi, diretora do IDG em São Paulo; Carla Zulu – coordenadora de relações institucionais e Oswaldo Faustino, curador convidado do Museu das Favelas.
Zulu conta que é gratificante receber tantas pessoas na primeira exposição fora do museu. “Nós, do Museu das Favelas, nos sentimos realizados em saber que a maioria do público que passou por nossa sala pode se identificar e se sentir representado dentro daquele espaço, que foi criado com o intuito de representar um pouco da experiência que é visitar o museu”, celebra.
Exposição promoveu experiências
A exposição do Museu das Favelas promoveu a Experiência CRIA – Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca. A roda de conversa foi apresentada por Renata Furtado, Vivian Ébano e Sidnei Andrade, e possibilitou trocas com visitantes sobre o projeto, como surgiu e como é conduzido.
O CRIA busca referenciar vários conteúdos sobre as favelas e periferias, como estudos, depoimentos, vídeos, fotografias, documentos e acervos. Ainda possui uma biblioteca especializada em literatura de autores periféricos e estudos de assuntos relacionados.
Vivian Ébano, pesquisadora do Museu, conta que é importante apresentar o trabalho em novos espaços e eventos. “A construção do Museu das Favelas não é feita de forma isolada. Poder sentar e conversar com as pessoas, escutá-las, mostrar o que almejamos é muito bom, o Museu está sempre em movimento”, afirma.
O espaço também promoveu a experiência do CORRE – Centro de Formação, Trabalho, Renda e Empreendedorismo, apresentado por Carla Zulu. O CORRE visa possibilitar um espaço de formação de conhecimento e treinamento de habilidades para futuros profissionais da área cultural, lazer, turismo e eventos. Propõe ainda ser ferramenta inovadora e inédita de cunho antirracista em um Museu, com foco principal nos princípios de economia, geração de trabalho e renda para público favelizado e ou periférico.
Foto: Carlos PiresA programação também contou com a vivência Batuques Sudestinos, promovida por Fabin e Wevs, ambos educadores do Museu, que por meio do canto e performance estimula expressões culturais periféricas com referências na cultura negra e na cultura popular, produzidas no sudeste brasileiro, contando como esses batuques tradicionais e contemporâneos se interligam dentro de suas crônicas e elementos como letras, sonoridades, formação de rodas, movimentos e gingas. No domingo, foi o dia da troca de experiências com a Coordenadora Vanessa Marinho e Erika Augusta.Durante o evento, o Museu das Favelas lançou o FAVELA OCUPA: chamamento de ocupação cultural do Museu, que busca o credenciamento e seleção de propostas de atividades artísticas, educativo-culturais, de entretenimento e formação, concebidas e realizadas por profissionais, empresas, coletivos periféricos e de favelas brasileiras, voltadas a diferentes perfis de públicos. Serão duas modalidades: atividades com apoio financeiro e atividades que precisam apenas do espaço. A proposta é que o chamamento fique aberto durante o ano todo. As inscrições deverão ser feitas por meio de formulário a ser disponibilizado, em breve, no site do Museu das Favelas.
A Expo Favela, organizada pela Central Única das Favelas (CUFA) é uma feira de negócios que busca dar visibilidade e promover os empreendimentos e startups das favelas, promovendo encontros com investidores visando a aceleração dessas iniciativas. Também propõe a realização de palestras, oficinas, exposições, rodadas de negócios, mentorias, shows, exibição de filmes, entre outros. A primeira edição do evento reuniu mais de 30 mil pessoas no World Trade Center.
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